Fernando Correia Marques emociona-se ao recordar a perda de um nome marcante da música portuguesa
A morte de uma figura emblemática da música portuguesa voltou a evidenciar o impacto profundo que os artistas exercem para lá dos palcos. Fernando Correia Marques, cantor e comunicador bem conhecido do público, não conteve a emoção ao falar da partida de um colega de profissão com quem manteve uma relação de proximidade e admiração. O seu testemunho, marcado pela dor e pela memória afectiva, trouxe à tona não apenas o luto pessoal, mas também a dimensão colectiva da perda sentida no meio artístico nacional.
Visivelmente abalado, Fernando Correia Marques descreveu o cantor falecido como alguém cuja presença ultrapassava o talento musical. Mais do que uma voz reconhecida, tratava-se de uma personalidade agregadora, respeitada pelos pares e profundamente ligada às raízes culturais do país. A sua ausência, segundo o artista, deixa um vazio difícil de preencher, não apenas na música, mas também nas relações humanas que construiu ao longo de décadas.
O momento de emoção ganhou particular relevância pela forma genuína com que foi partilhado. Sem discursos preparados ou formalismos, Fernando Correia Marques optou por falar com o coração, recordando episódios vividos em conjunto, conversas fora dos holofotes e o apoio mútuo em fases decisivas das respectivas carreiras. Esse lado mais íntimo revelou ao público uma faceta menos conhecida do universo artístico, onde a competição dá lugar à camaradagem e ao afecto.
A morte do cantor reacendeu reflexões sobre a fragilidade da vida e sobre o legado que os artistas deixam. Para Fernando Correia Marques, a herança do colega não se resume às canções gravadas ou aos espectáculos memoráveis, mas também à forma como inspirou outros músicos e tocou gerações de ouvintes. “Há vozes que não se calam com a morte”, sublinhou, ao referir que a obra do cantor continuará viva na memória colectiva.
No meio artístico português, a perda foi sentida como um golpe duro. Muitos intérpretes, compositores e profissionais ligados à música manifestaram solidariedade à família e destacaram a importância do artista para a identidade cultural do país. Fernando Correia Marques destacou que estes momentos reforçam a noção de comunidade entre quem vive da música, lembrando que, apesar das diferenças de estilos e percursos, existe um sentimento comum de pertença.
O cantor e apresentador aproveitou ainda para refletir sobre a importância de valorizar os artistas em vida. Na sua visão, o reconhecimento público nem sempre acompanha a dimensão do contributo cultural que muitos músicos oferecem ao país. A perda recente surge, assim, como um alerta para a necessidade de preservar a memória, apoiar os criadores e reconhecer o papel da música como elemento fundamental da identidade portuguesa.
Ao final do seu testemunho, Fernando Correia Marques deixou uma mensagem de gratidão. Agradeceu ao colega pelas canções, pelos ensinamentos e pela amizade, sublinhando que o luto não apaga as boas recordações. Pelo contrário, transforma-as em refúgio para quem fica. A emoção que marcou as suas palavras acabou por ecoar junto do público, que se reconheceu naquele sentimento de perda partilhada.
Num país onde a música sempre teve um papel central na expressão das emoções colectivas, a despedida de um cantor conhecido torna-se mais do que um acontecimento individual. É um momento de reflexão sobre o tempo, a memória e a permanência da arte. E, nas lágrimas de Fernando Correia Marques, ficou claro que algumas ausências, embora inevitáveis, jamais serão silenciosas.