Sismos aumentaram em Espanha e Portugal: especialistas alertam para risco de grande terramoto

 

Nos últimos meses, Espanha e Portugal têm registado um aumento significativo na atividade sísmica, levantando preocupações entre especialistas e a população. De acordo com dados divulgados por institutos de geologia e sismologia dos dois países, o número de tremores de terra de baixa e média intensidade cresceu consideravelmente, o que pode ser um indicativo de um evento sísmico de maior magnitude no futuro.

Especialistas alertam que a Península Ibérica, localizada próximo à fronteira entre as placas tectônicas Euroasiática e Africana, está em uma zona de risco sísmico moderado a alto. O aumento recente na frequência de sismos, embora a maioria de pequena escala, pode ser um sinal de acumulação de tensão na crosta terrestre, o que poderia levar a um terramoto de grandes proporções.

“Estamos a observar uma atividade sísmica anormal, com mais tremores do que o habitual. Isso não significa que um grande terramoto vá ocorrer amanhã, mas é um aviso de que a região está sob pressão e que devemos estar preparados”, explicou Carlos Sousa Oliveira, especialista em sismologia do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Em Espanha, o Instituto Geográfico Nacional (IGN) também emitiu alertas semelhantes, destacando que áreas como a Andaluzia, Murcia e a região de Lisboa, em Portugal, são particularmente vulneráveis. Estas zonas têm histórico de terramotos devastadores, como o famoso sismo de 1755 que destruiu grande parte de Lisboa e causou milhares de mortes.

As autoridades de ambos os países estão a reforçar as medidas de prevenção e conscientização pública. Campanhas educativas sobre como agir durante um terramoto têm sido intensificadas, e os governos estão a investir na modernização de infraestruturas para torná-las mais resistentes a abalos sísmicos. Além disso, está em curso a revisão dos planos de emergência para garantir uma resposta rápida e eficaz em caso de desastre.

A população, no entanto, manifesta preocupação. Muitos residentes em áreas de maior risco relatam sentir-se inseguros, especialmente após os recentes tremores que, embora não tenham causado danos graves, servem como um lembrete da imprevisibilidade da natureza. “É assustador pensar que a qualquer momento pode acontecer um grande terramoto. Estamos a tentar preparar-nos, mas é difícil não sentir medo”, confessou Maria González, residente em Málaga, na Espanha.

Enquanto os cientistas continuam a monitorizar a atividade sísmica na região, o alerta é claro: a Península Ibérica deve estar preparada para a possibilidade de um grande terramoto. A prevenção e a educação são as melhores ferramentas para minimizar os impactos de um eventual desastre natural. Como afirmou Sousa Oliveira, “a natureza não avisa, mas podemos estar prontos”.