Dinheiro e Emoções: o que as Universidades Revelam sobre a Relação dos Jovens com as Finanças Pessoais

O dinheiro não é apenas uma questão de números. Emoções, impulsos e até o bem-estar psicológico podem ditar a forma como as pessoas gerem as suas finanças. E é precisamente essa ligação entre comportamento emocional e decisões financeiras que uma nova pesquisa procura compreender.

O estudo “Percepções de fatores emocionais e sociodemográficos na gestão financeira pessoal de universitários no Brasil”, conduzido pelo doutorando Henrique Cananosque Neto, da UNESP Bauru, está a recolher dados junto de estudantes universitários — tanto no Brasil como no exterior — através de um questionário online. A investigação pretende compreender de que modo fatores emocionais e contextos sociais influenciam as escolhas financeiras de jovens adultos em fase académica.

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Um tema que vai além da matemática

A gestão financeira pessoal é uma competência essencial na vida adulta. No entanto, muitos jovens chegam ao ensino superior sem preparação para lidar com despesas, dívidas e imprevistos. A dificuldade não reside apenas na falta de conhecimento técnico — mas também em fatores emocionais, como ansiedade, impulsividade e pressão social.

Durante a vida universitária, é comum que os estudantes enfrentem endividamento, especialmente por causa de cartões de crédito, empréstimos ou gastos desnecessários. A ausência de planeamento financeiro cria um ciclo de instabilidade que pode prolongar-se até à vida profissional.

Emoções que pesam no bolso

A ansiedade financeira é uma das causas mais recorrentes de stresse entre universitários. As preocupações com dinheiro interferem no sono, na concentração e até no desempenho académico. Em alguns casos, a sobrecarga emocional e a sensação de fracasso por não conseguir “dar conta” das finanças podem levar à depressão e ao isolamento.

Compreender estas dimensões emocionais é, portanto, essencial para construir uma educação financeira mais humana — que reconheça que gerir dinheiro também é gerir sentimentos.

O que a pesquisa procura descobrir

O estudo pretende responder à pergunta: até que ponto fatores emocionais e sociodemográficos influenciam a gestão financeira dos estudantes universitários no Brasil?

Para isso, utiliza escalas validadas que medem:

  • gestão financeira pessoal;

  • atitudes perante a matemática;

  • ansiedade financeira;

  • impulsividade nas compras;

  • bem-estar financeiro.

Um questionário sociodemográfico complementa a análise, considerando aspetos como rendimento familiar, área de estudo, género, etnia e tipo de moradia.

Uma experiência de autoconhecimento

Responder ao questionário é mais do que participar numa pesquisa — é um convite à reflexão. O estudante é levado a observar os próprios hábitos de consumo, identificar gatilhos emocionais e perceber como pequenas decisões diárias moldam o seu futuro financeiro.

Esse processo pode revelar padrões invisíveis, como a tendência para gastar por impulso ou o desconforto em lidar com números. Reconhecer essas limitações é o primeiro passo para desenvolver comportamentos mais conscientes e equilibrados.

Uma contribuição para o futuro

Os resultados da pesquisa serão analisados estatisticamente e deverão contribuir para a criação de políticas públicas e práticas educativas mais eficazes na área da educação financeira.

Se é estudante universitário e deseja contribuir para uma investigação que une psicologia, economia e comportamento humano, participe:
👉 https://tinyurl.com/dinheiro-e-emocoes

Mais do que responder a perguntas, é uma oportunidade para compreender como as emoções moldam o seu futuro financeiro.