Risco de Colapso das Instituições de Segurança no Haiti Preocupa ONU

 

Na última segunda-feira (22), o secretário-geral da ONU, António Guterres, expressou grande preocupação com a crescente crise de segurança no Haiti. Ele alertou que a escalada da violência no país ameaça gravemente o processo de recuperação política e o objetivo de restaurar as instituições democráticas até fevereiro de 2026.

Durante seu pronunciamento, Guterres destacou a atuação das gangues, que já controlam 85% da capital, Porto Príncipe. Segundo ele, caso a comunidade internacional não amplie seu apoio às autoridades locais, há risco iminente de as facções criminosas assumirem o controle total da cidade.

O secretário-geral apontou também as limitações operacionais da Missão Multinacional de Apoio à Segurança, que ainda não está plenamente implantada. Criada em 2023 com aprovação do Conselho de Segurança da ONU, a missão é liderada pelo Quênia, contando com reforço de soldados da Guatemala e El Salvador para apoiar a polícia haitiana. Até o momento, somente 600 policiais dos 2.500 prometidos pelo presidente queniano, William Ruto, foram mobilizados, dificultando ações mais eficazes no combate à violência.

Contexto Alarming

De acordo com dados da ONU, o cenário no Haiti é desolador. O Escritório do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos registrou 5.601 assassinatos no país em 2024, um aumento de mil casos em relação ao ano anterior. A crescente violência reflete a fragilidade das forças de segurança e a necessidade urgente de ações internacionais coordenadas para estabilizar o país.

Com as instituições democráticas ameaçadas e a população vivendo sob constante insegurança, o futuro do Haiti depende de uma resposta global mais robusta e ágil. Para Guterres, o apoio internacional será crucial para evitar que o país caribenho mergulhe ainda mais em um colapso humanitário e institucional.