Cheiro a azeitona voltou a invadir as narinas dos habitantes da região de Lisboa

Os moradores da região de Lisboa foram surpreendidos, mais uma vez, por um odor intenso e característico que invadiu o ar na manhã deste sábado, 10 de fevereiro. O cheiro a azeitona, já familiar para muitos habitantes, voltou a pairar sobre a cidade e arredores, gerando reações mistas e levantando questões sobre a sua origem.
O fenómeno, que já ocorreu em ocasiões anteriores, está associado ao processo de produção de azeite em fábricas da região. Durante a moagem das azeitonas, compostos voláteis são libertados no ar, resultando num aroma forte e distinto que pode percorrer longas distâncias, dependendo das condições meteorológicas. Apesar de ser um cheiro natural e associado a um produto típico da cultura portuguesa, nem todos recebem a fragrância de braços abertos.
“É um cheiro muito intenso. Para quem gosta de azeite, pode ser agradável, mas para quem não está habituado, pode ser bastante incómodo”, relatou um morador de Lisboa. Outros habitantes partilharam nas redes sociais a sua experiência, com alguns a brincarem sobre o assunto e outros a expressarem desconforto com a persistência do odor.
As autoridades locais têm sido pressionadas a esclarecer a situação e a garantir que as emissões estão dentro dos limites legais. A Câmara Municipal de Lisboa emitiu uma nota explicando que o cheiro é resultado de atividades industriais legítimas e que não representa riscos para a saúde pública. No entanto, a entidade reconheceu que o impacto no bem-estar dos cidadãos pode variar e que está a monitorizar a situação em colaboração com as empresas envolvidas.
A Associação de Produtores de Azeite da região também se manifestou, destacando a importância da indústria para a economia local e lembrando que o processo de produção é sazonal. “Este é um período crucial para a produção de azeite, e o cheiro é uma consequência natural. Estamos a trabalhar para minimizar o impacto, mas é algo que faz parte da nossa tradição e cultura”, afirmou um representante do setor.
Enquanto isso, os habitantes de Lisboa continuam a dividir-se entre os que apreciam o aroma como um símbolo da riqueza gastronómica portuguesa e os que esperam que o cheiro se dissipe rapidamente. Para muitos, o episódio serve como um lembrete da conexão entre a vida urbana e as raízes rurais e industriais do país.
O cheiro a azeitona, embora passageiro, deixa uma marca na memória olfativa dos lisboetas, reforçando a complexidade e a diversidade da vida na capital portuguesa. Enquanto a produção de azeite continua a ser um pilar económico e cultural, a cidade debate como equilibrar tradição e qualidade de vida no século XXI.