O ex-banqueiro Ricardo Salgado enfrentará um novo julgamento em um processo autônomo relacionado ao Universo Espírito Santo (GES). Segundo o Ministério Público, Salgado foi pronunciado por corrupção ativa ligada a ex-responsáveis do Banco do Brasil.
O Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) informou nesta quinta-feira que o Tribunal Central de Instrução Criminal confirmou, na segunda-feira, “a generalidade da acusação” apresentada pelo Ministério Público. A acusação inclui fatos relacionados ao Banco do Brasil.
De acordo com a nota divulgada pelo DCIAP, o tribunal de instrução criminal pronunciou os quatro arguidos que solicitaram a abertura de instrução por crimes de corrupção ativa com prejuízo ao comércio internacional, corrupção passiva no setor privado e branqueamento de capitais. No entanto, os arguidos não foram pronunciados por um crime de falsificação de documento também presente na acusação do Ministério Público.
Além destes, outros quatro arguidos que não requereram a abertura de instrução também serão julgados, acusados pelo DCIAP de crimes de branqueamento e corrupção passiva no setor privado. Entre os acusados neste processo autônomo estão elementos de entidades financeiras do GES, incluindo o BES e o ESBDUBAI, um elemento da área de gestão de fortunas (GESTAR/ICG), dois advogados e uma sociedade de advogados.
As investigações do DCIAP revelaram que os crimes indiciados resultaram em vantagens financeiras no valor total de mais de 12 milhões de euros. Esses crimes estão relacionados a linhas de crédito no Mercado Monetário Interbancário (MMI) e a cartas de crédito, envolvendo o ex-vice-presidente do Banco do Brasil e fornecedores da petrolífera venezuelana PDVSA.
Também esta semana, o Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa enviou Ricardo Salgado, o ex-presidente do Banco Espírito Santo Angola (BESA), e mais três arguidos a julgamento, validando integralmente a acusação do Ministério Público. Salgado enfrenta ainda acusações de cinco crimes de abuso de confiança e um de burla no caso do BESA.
Ricardo Salgado, ex-presidente do GES, continua a enfrentar um cenário jurídico complexo, com múltiplas acusações que abalam a confiança no setor financeiro português e internacional.