Incidência de cancro em Portugal pode aumentar 20% até 2040, alerta OCDE
Um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) divulgado recentemente aponta que a incidência de cancro em Portugal poderá aumentar 20% até 2040. O estudo, citado pelo jornal Público, destaca o envelhecimento da população como um dos principais fatores para este crescimento, uma vez que a idade avançada é um dos maiores riscos para o desenvolvimento de doenças oncológicas.
De acordo com o relatório, Portugal já está entre os países da OCDE com taxas de incidência de cancro acima da média. Em 2022, foram diagnosticados 346 casos por 100 mil habitantes, um número superior à média da organização, que é de 300 casos por 100 mil habitantes. Se as tendências atuais se mantiverem, o país poderá enfrentar um aumento significativo no número de diagnósticos nas próximas décadas.
A OCDE alerta ainda para a necessidade de os sistemas de saúde se prepararem para este cenário, reforçando a capacidade de diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos inovadores. O envelhecimento populacional, combinado com fatores de risco como o tabagismo, o consumo de álcool, a obesidade e a exposição a agentes cancerígenos, contribui para o agravamento da situação.
O relatório destaca que, apesar dos avanços no tratamento do cancro, muitos países ainda enfrentam desafios significativos na prevenção e no diagnóstico precoce. Em Portugal, por exemplo, a taxa de rastreio de alguns dos cancros mais comuns, como o cancro da mama e o cancro colorretal, ainda está abaixo da média europeia. A OCDE recomenda o investimento em campanhas de sensibilização e a melhoria da acessibilidade aos programas de rastreio.
Além disso, o documento sublinha a importância de políticas públicas que promovam estilos de vida saudáveis, como a redução do consumo de tabaco e álcool e a adoção de dietas equilibradas. A organização também defende a necessidade de maior investimento em tecnologias médicas e tratamentos inovadores, que podem melhorar significativamente as taxas de sobrevivência e a qualidade de vida dos doentes.
O aumento previsto na incidência de cancro representa um desafio não apenas para o sistema de saúde, mas também para a sociedade como um todo. A OCDE alerta que, sem medidas eficazes de prevenção e tratamento, o impacto económico e social desta doença poderá ser significativo, com custos elevados para as famílias e para o Estado.
As autoridades de saúde portuguesas já estão a trabalhar em estratégias para enfrentar este cenário, mas o relatório da OCDE reforça a urgência de ações concretas e coordenadas. Combater o cancro exige não apenas avanços médicos, mas também uma mudança cultural e comportamental que priorize a saúde e o bem-estar da população.